Sal da Terra
JoseCarlosIozzo
Manancial de plumas e verdes folhagens
onde em paz pulsa toda a minha ardência
num prelúdio de amor consagraste a unidade
acendendo luzes num instante de vivência.
Meu pulsar evidencia o tamanho da imensidío
quando me brindaste com o abençoado fruto;
num sonho deste ao meu sangue toda a emoçío
de sentir e tocar o infinito do teu eu profundo.
Como que adormecido num sono brando de pureza
vi as ramas da minha matéria unificadas as tuas
com aromas brancos e pétalas mais que perfeitas
senti-me jardineiro numa colheita de finas uvas.
Da abundncia da tua fonte de rosado orvalho
e das tuas entranhas de frescor tío cintilante
ouvi o prodígio de um repouso extraordinário
de ser pela vez primeira, uma pedra fulgurante.
Em silêncio senti a grandeza da tua fonte nua
enquanto astros culminavam na voz de um anjo
e se minhas veias se iluminavam com o clarío da lua
dos meus olhos, as lágrimas eram de puro encanto.
O jardim de versos da minha vida recebia o calor
exaltava o único e real momento quando o sopro
numa sucessío contínua e ardente de amor
arqueava ante meu Deus, minha alma e corpo.
No meu peito, a tua essência, o teu mago foi lavrado;
nas minhas míos, pousada a pequena rocha, o apogeu;
e as palavras passaram a nío ter nenhum significado
ante o momento que tu, Maria-Míe, me concedeu.
Maria-Aquário onde é meu, o rio de amor a desaguar
transbordaste tuas águas na secura do meu ocidente
brandamente, sobre a árida paisagem, foi o teu amar
a florir este deserto, com a gema santa do teu ventre.
Tu, Maria dos anéis de arco-íris e sorriso ternurento
és o sal da terra que a nada receia nem se esconde,
carregas a força das marés cheias no teu centro
apondo pedra sobre pedra com a garra de Maria-fonte.