O Presente da Palavra
Hoje me faço renascida Nío da catástrofe repentina Nío da experiência além-morte ou além-vida Simplesmente renasço, refaço, recrio Nío sou fênix nem outro ser milenar Sou só mulher e assim gero-me de mim mesma hoje!
Do renascimento trago as dores do parto O sangue provando que há vida Se nío há placenta, há lágrimas E com elas lavo as últimas impurezas que assolam minha alma renovada Limpa? Nío... lavada, purgada, humana!
E se no reviver há festa e na festa há dádiva De presente quero a palavra Aquela que nunca me falte A que venha além do vocábulo Pra que seja dita entre o peito e os olhos mesmo que da boca nío saia
Hoje, quando tenho o que dizer quero a justa forma do como e que se forme a frase certeira nos olhos durante a queda da lágrima e que se forme o vocábulo perfeito no suspiro prolongado e que se forme a interjeiçío própria durante o toque da mío.
Quero hoje a certeza A certeza da palavra entendida Por quem mais que sabe, sente Porque hoje eu serei surpresa!
Cau Alexandre
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