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De: anasuS (Missatge original) |
Enviat: 07/11/2009 01:39 |
Elegia dos Amantes Lúcidos
Na
girndola das árvores (e não há quem as detenha) Deixa de fora a tarde o
vermelho que a tinge. Se ao menos tu ficasses na pausa que desenha O
contorno lunar da noite que te finge!
Se ao menos eu gelasse uma corda
do vento para encontrar a forma exacta dum violino Que fosse a
sensibilidade deste pensamento Com que a minha sombra vai pensando o meu
destino
E não houvesse o sono dum telhado Entre ter de haver eu e
haver o tecto; E a eternidade não estivesse ao lado A colocar-nos nas
costas as asas dum insecto
Meu amor, meu amor, teu gesto nasce Para
partir de ti e ser ao longe A cor duma cidade que nos pasce Como a
ausência de deus pastando um monge
Ah, se uma súbita mão na hora a pique
Tangendo harpas geladas por segredos Desprendesse uma aragem de repiques
Destes sinos parados pelo medo!
Mas só porque vieste fez-se tarde,
Ou é a vida que nasce já tardia Como uma estrela que se acende e arde
Porque não cabe na rapidez do dia?
Nem homem nem mulher. Só a moeda
antiga: Uma inflação de deuses que não pode parar Como um pássaro cego à
nora da intriga Que é a morte no centro connosco a circular.
Será o
mesmo tempo que nos cabe? Talvez sejas a raça prematura Duma gota de
orvalho que se há-de Negar à minha sede desértica e futura.
Como o
brilho dum sol partido ao meio Damos luz pela nostalgia da metade.
Partes para ser gaivota no meu seio. Mas não trazes no bico uma cidade.
Aqui pousou um pássaro de lume Que deixou um voo subterrneo Na
repetida vibração do gume Que cada hora traz à lmina do crnio.
Teus dedos num relógio como a picada duma abelha A fabricar o mel da
estação perdida! Que quanto a primavera um rouxinol na telha É toda a
melodia que traz na unha a vida.
O navio tem dois extremos ermos: Os
cabelos para Vénus e os pés para Marte. Mas a viagem é o mar com a terra a
ver-nos. E com lenços à vista ninguém parte.
Ah, se ao menos eu
pudesse agora erguer-me Como uma pedra pelas minhas mãos futuras E
ficasse para sempre a aquecer-me Ao sol que cega efémeras criaturas!
Se soltasses as aves da rotina E de um jorro de deuses abrisses a
comporta E reclinada em tua espádua genuína Eu entrasse num céu sem ter
que achar a porta!
Se tu viesses cavaleiro branco Orvalhado pela
manhã do meu instinto. E ficasses a chamar-me como um canto No porvir do
nosso último recinto!
Se ficássemos espuma de Maio cor-de-rosa Nas
praias donde Maio se retira, Enrolados nos panos duma paisagem silenciosa
Que fosse a pura sonoridade da ausência duma lira!
Ah, as sementes
que te exigem em declive Entre abismos onde nunca te despenhas E
esfumados voos em que te embebes e revives O que de ti já pousou no cume das
montanhas!
Inútil decifrarmos este oráculo de ave absorta Na
incontinência do voo que a abrasa. Se houver um palácio sem porta, talvez
seja a porta. Se houver uma casa sem tecto, talvez seja a casa.
Natália Correia, in "Passaporte"
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De: LUNASOL |
Enviat: 07/11/2009 18:40 |
Hola mi gaviota bella
te deseo un bello fin de semana
gracias por tus bellos mensajes
besos y bendiciones
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Gracias corazon feliz semana
que sea llena de todas las bendiciones que merecen
esta comunidad , esta hecha por
cada semilla que ustedes plantan
sean muchas pocas forman parte
de un grupo.
besos bendiciones
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