As
Ondas
Entre
as trêmulas mornas ardentias, A noite no alto-mar anima as ondas. Sobem
das fundas úmidas Golcondas, Pérolas vivas, as nereidas
frias:
Entrelaçam-se, correm fugidias, Voltam, cruzando-se; e, em
lascivas rondas, Vestem as formas alvas e redondas De algas roxas e
glaucas pedrarias.
Coxas de vago ônix, ventres polidos De alabastro,
quadris de argêntea espuma, Seios de dúbia opala ardem na treva;
E
bocas verdes, cheias de gemidos, Que o fósforo incendeia e o mbar
perfuma, Soluçam beijos vãos que o vento leva...
Olavo
Bilac
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