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ANDO
PARA AQUI SEM SENTIDO
Rogério Martins
Simões
Ando
por aqui sem sentido
-
meio despido, meio vestido…
Ando
por aí sem estar cansado
de
marginais interrogações.
Analisemos as
questões:
vistas as coisas não avisto
nada!
Nada,
sempre nada…
só o
nada se renova!
Renovar é o caminho
seguro
para
desaparecer…
Existir é
morrer.
A
lamúria não basta para deprecar
o meu
estado de alma
que
nem sei por onde anda.
Viajo
na carapaça de um caracol,
lentamente,
e o
tipo que aguente.
Esmago a passo de
lesma
o
peso que torna
e me
transforma
num
pedaço de tudo...
Tantas interrogações sem
ressentido!
Ando
invertido e o inverso
é o
reverso do meu estado de alma.
Aluguei um espaço na
lua
era
ainda criança.
Deixei de o
ver
já
era adulto
e, no
indulto,
a lua
cheia ficou minguante.
Seco
a cada instante
os
pergaminhos da sorte
sem
me lembrar do reverso.
–
Como eram os cordeirinhos?
Não
largo o caracol,
pernas para que as
quero,
quanto mais devagar
melhor!
Estarei a apreciar o meu espaço
lunar?
Olha!
É quarto crescente!
Que
Deus te guie e aguente.
Repara! Ontem não estavas
nisto,
enterrado até ao
pescoço…
Ala
moço
que
se faz tarde!
É
tarde!, não existo…
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