Quem
morre?
Morre lentamente quem se transforma em escravo do
hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de
marca Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não
conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre
lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e
os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente
as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos
tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está
infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir
atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir
dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre
lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa
ajudar. Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projecto
antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não
responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em
doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que
conquistemos um estágio esplêndido de
felicidade.
Martha Medeiros
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