OS
PEQUENOS DA RUA
Nesse
pequeno que passa, roto e sujo, pela rua, caminha o futuro.
É a
criança filha de ninguém, o garoto sem nome além de menino de rua.
Passa o dia entre as avenidas da cidade, as praças e por vezes nos
amedronta, quando se aproxima. Ele não vai à escola e todas as horas
observa que se esgotam os momentos da sua infncia. Você atende os seus
filhos, tendo para eles todos os cuidados. Esmera-se em lhes preparar
um futuro, selecionando escola, currículo, professores, cursos.
Acompanha, preocupado, os apontamentos dos mestres e insiste para que
eles estudem,
preparando-se profissionalmente para enfrentar o mercado
de trabalho. Você auxilia os seus filhos na escolha da profissão,
buscando orientá-los e esclarecê-los,
dentro
das tendências que apresentam. Você se mantém zeloso no que diz
respeito à violência que seus filhos podem vir a sofrer,
providenciando transporte seguro, acompanhantes,
orientações. São seus filhos. Seus tesouros. Enquanto seus
filhos crescem em intelecto e moralidade, aqueloutros,
os
meninos de rua prosseguem na aprendizagem das ruas, maltratados e carentes.
à semelhança dos seus filhos, eles crescerão, compondo a sociedade do
amanhã.
A menos
que pereçam antes, vítimas da fome, das doenças e do descaso. Cruzarão
seus dias com o de seus rebentos e, por não terem recebido o verniz da educação,
as
lições da moral e o tesouro do ensino, poderão ser seus agressores, procurando
tirar pela força
o que
acreditam ser seu por direito. Você se esmera na educação dos seus e
acredita ser o suficiente para melhorar o panorama do mundo. No
entanto, não basta. É imprescindível que nos preocupemos com esses outros
meninos,
rotos e
mal cheirosos que enchem as ruas de tristeza. Com essas crianças que
têm apagada, em pleno vigor, sua infncia, abafada por trabalhos exaustivos,
além de
suas forças. Crianças com chupeta na boca utilizando martelos para
quebrar pedras,
acocorados por horas, em incômoda posição.
Crianças que deveriam estar nos bancos da escola, nos parques de
diversão e que se encontram
obrigados a rudes tarefas, por horas sem fim que se somam
e eternizam em dias. Poderiam ser os nossos filhos a lhes tomar o
lugar, se a morte nos tivesse arrebatado a vida física e
não
houvesse quem os abrigasse. Filhos de Deus, aguardam de nós amparo e
proteção. Poderão se tornar homens de bem,
tanto
quanto desejamos que os nossos filhos se tornem.
Poderão
ser homens e mulheres produtivos e dignos, ofertando à sociedade o que de melhor
possuem,
se
receberem orientação. Por hora são simplesmente crianças. Amanhã, serão
os homens bons ou maus, educados ou
agressivos,
destruidores ou mensageiros da paz, da harmonia, do bem.
Você sabia? Que é dever de todos nós amparar o coração
infantil, em todas as direções? E que orientar a infncia, colaborando
na recuperação de crianças desajustadas, é medida salutar
para a
edificação do futuro melhor? Sem boa semente, não há boa colheita.
Enfim: educar os pequeninos é sublimar a
humanidade.
Desconheço o
Autor
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