enrosco-me
no teu abraço
mandei-te o recado das
saudades
porque me fazias falta
sinto a proximidade
dos teus lábios
e descanso a cabeça no teu ombro
enquanto a música me
escorre pela pele
e
beijo-te as pálpebras na ternura das palavras
que não digo
mas que
adivinhas
depois
deslizo e aninho-me no teu pescoço
na espera do falar das pontas dos teus dedos
que me dizem que me
sentes... e eu sinto-te...
sabes-me a mel
e a cerejas trincadas na ponta dos
nossos lábios
colados...
sinto-lhes o sabor
sinto a frescura do suco do
voo da tua alma em mim
no sorriso que me vem de
ti
e o ar em meu redor passa a ser a tua pele
e a
luz que me chega do candeeiro o teu odor
e a saliva que revolvo sem
destino
o poema onde te chamo amor...
e
caminho na tua pele
no vagar de quem sente a saliva no escorrer dos
lábios
que te amam as palavras e os beijos
e inspiro
como se o som das
palavras que não dizes fossem o meu respirar
respira-me
também
por momentos
e ouvir-me-ás chamar-te amor
e cada momento de
silêncio
é o toque mais doce que alguma vez senti...
e é magia ...
porque sou
em ti e estou contigo...
porque em ti tenho espaço e chão
e sinto no
coração o correr de um rio sem sobressaltos e sem marés
porque te amo numa
paz que me semeia na alma o sorrir que te quero dar...
porque somos um poema
a dois
num ritmo cadenciado e num respirar de sílabas
que se cruzam numa
rima branca que nos leva à melodia
e nos deixa dançar
livremente...
dá-me
esse beijo!
e a distncia
desapareceu
porque não tinha mais espaço entre nós...
e mergulho em ti em
cada uma das gotas que bebes de mim...
dissolvo-me na essência que te
percorre o corpo
e na cadência do nascer das estrelas
nesta madrugada em
que conseguimos o entrelaçar das almas
e não quero
voltar a ser só!
Cris (Sem
Distncia)