Missionárias do amor
©
Letícia Thompson
Nós
só entendemos verdadeiramente nossas mães quando passamos, nós mesmas, pelas
dores e alegrias da maternidade.
Hoje
homenageamos nossas mães, a colocamos num pedestal, exaltamos suas qualidades e
belezas, mas nem sempre foi assim. O amor sempre existiu em nós, profundo e
verdadeiro, mas de forma diferente, sem a ciência do que é realmente a vida em
todos os seus pormenores.
Antes
não sabíamos o que é a dor de ter um filho e ter medo de perdê-lo pra vida, para
o mundo; não conhecíamos as preocupações de se sentir responsável por ter posto
na terra um ser a mais; não sabíamos o que é ter um pedacinho da gente,
independente e voluntário, fazendo suas escolhas que, nem sempre, condiziam com
nossas próprias escolhas.
Nossa
sabedoria era limitada. Aliás, que sabedoria? É difícil entender os nãos e os
sins nunca questionamos. Os porquês da adolescência tomam muito espaço em nós,
mas particularmente quando vai de encontro ao que desejamos. E nessas horas uma
mãe pode ser muito incompreendida, pode ser aquela que não entende nada, que não
sabe respeitar o direito de cada um de fazer o que quer.
Só
depois, quando chega a nossa vez, é que compreendemos melhor. Agora sim, é que
entendemos o que ela queria dizer, compreendemos suas aflições, medos, angústias
e lágrimas. Agora sabemos o que é desejar o melhor, mais bonito e perfeito, uma
boa profissão e felicidade completa.
Uma
mãe é aquela pessoa que cumpre a sua parte na história da humanidade e, tal qual
um atleta, vai passando a tocha pra frente.
Nos
tornando mães nos igualamos às nossas mães. Somos, finalmente, uma rosa que se
abriu ao sereno da madrugada, à luz da lua, aos raios de sol e às possíveis
tempestades.
Somos
nós, agora mães, anjos sem asas, missionárias do amor de Deus aos coraçõezinhos
inocentes, as primeiras professoras na escola da vida.
Letícia Thompson
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