LIBERDADE
Estudando a Liberdade,
busquei a Natureza
para sondar-lhe o brilho.
O esplendor me cercava, mas o Sol afirmou :
– Para libertar a luz devo permanecer
em
minha própria órbita.
Disse o Mar:
– Como nutrir as forças da Vida
sem aceitar
as minhas limitações?
A Fonte declarou :
– Não posso emancipar o beneficio de minhas
águas,
sem atender às linhas que me orientam o curso.
Explicou-se a Flor :
– Impossível abrir-me para o festival dos
perfumes,
sem deixar-me prender.
A Ponte murmurou:
– Nada seria eu se não guardasse a disposição
de servir.
Não
longe,
a Eletricidade comentou,
movimentando uma fábrica :
– Fora da disciplina, em vão procuraria ser
mais útil.
Um Automóvel parado entrou na conversação :
– Posso ganhar tempo e vencer o espaço,
mas
infeliz daquele que me use sem breques!
Então, voltando-me para dentro do próprio
coração,
exclamei em prece:
– Deus, meu Deus
fizeste-me livre no
pensamento
para criar o bem e estendê-lo aos meus irmãos;
no entanto, que será
de mim,
sem ajustar-me às tuas leis?
Do livro Amanhece.
Psicografia de Francisco
Cndido Xavier.
Por: Cid Franco
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