Castelos de areia
©
Letícia Thompson
Não
tenho lições para dar sobre o amor, pois lições eu preciso é
tomar.
Ainda não cheguei a esse ponto do amor incondicional,
que se doa e não se magoa por pequenas coisas; ainda não atingi a maturidade de
me dizer que é suficiente o que sinto e que tudo o mais são
detalhes...
Castelos de areia já construí e já os vi desmoronar sem
ter vontade de fazer nada, pois os sonhos que se apagam acabam por apagar a
chama do nosso coração.
Eu me
disse muitas vezes que jamais recomeçaria, pois amar e ter o amor que escorre
entre os dedos dói demais, dói de escurecer o mais lindo dia de sol, de apagar a
mais linda noite de lua.
Mas
os sonhos voltam (felizmente!) e o coração palpita de novo, anseia, espera, se
entrega, apesar das lições recebidas, dos erros cometidos e de todas as lágrimas
derramadas no travesseiro.
Construímos novos castelos e não nos importamos com as
ondas, que virão provavelmente, mas então teremos realmente
vivido.
E é
assim que sigo: carregada de todas as marcas possíveis, com lições que me chegam
até a alma como se fossem sempre coisas novas e na pele as lembranças que jamais
me deixarão.
Letícia Thompson
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