Poema Inacabado....
Mesmo quando estás ausente sinto os teus olhos em mim.
Não é um simples olhar.
É um diálogo de amor.
Fazes a leitura silenciosa do meu coração.
Desvendas os segredos que guardo no fundo da alma.
Será isto o amor?
O habitares em mim?
O invadir do meu ser?
Diz-me, sem rodeios.
É amor?
Atada em mim, a tua energia agiganta-me de prazer infindo.
Fiz-te desvendar caminhos que tu própria desconhecias.
Com a meiguice de quem se ama, aticei as tuas mãos a percorrer trilhos que te levaram à saciedade suprema.
Continua a ser amor?
Lembro-me como derramámos sentimentos fascinantes sobre o lençol do céu estrelado.
Se é amor, porque não morro nessa hora?
Assim, poderia ressuscitar e quem sabe te encontraria novamente?
É amor o que sinto?
Foi paixão que perdi?
Sim, podes partir… já não me pertences.
Olvidaste o essencial.
Onde estou eu?
Onde estás tu?
Que é feito de nós?
Será que ambicionaste mais do que te pude oferecer?
É o castigo por um poema não terminado, uma punição por te ter amado?
Foi amor?
Podes partir, agora nada me importa.
Resta-me a alma que chora.
Um amor verdadeiro, sempre avigora.
Fico perdido, sei que não me vou encontrar.
A solidão do passado vai ser presente.
Irá anoitecer em mim um anseio tão forte que até a voz rouca da noite irá emudecer.
Irei incessantemente percorrer os caminhos que me levem ao teu leito cálido, ao teu colo morno.
Foi amor?
É amor?
Diz-me por favor!
Podes partir, agora nada me importa.
Ou permanecer entranhada em mim para sempre.
Ficas?
É amor?
Foi Amor?
Será sempre amor?
Podes ficar, agora nada me importa.