Pálida Inocência.
Por que, pálida inocência, Os olhos teus em dormência A medo lanças em mim? No aperto de minha mão Que sonho do coração Tremeu-te os seios assim?
E tuas falas divinas Em que amor lnguida afinas Em que lnguido sonhar? E dormindo sem receio Por que geme no teu seio Ansioso suspirar?
Inocência! Quem dissera De tua azul primavera As tuas brisas de amor! Oh! Quem teus lábios sentira E que trêmulo te abrira Dos sonhos a tua flor!
Quem te dera a esperança De tua alma de criança, Que perfuma teu dormir! Quem dos sonhos te acordasse, Que num beijo tembalasse Desmaiada no sentir!
Quem te amasse! E um momento Respirando o teu alento Recendesse os lábios seus! Quem lera, divina e bela, Teu romance de donzela Cheio de amor e de Deus!´´
Álvarez de Azevedo
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