Aplauso à solidão
Hoje quero aplaudir a solidão E cantar-lhe um hino em mim desperto: És no breu da noite a contemplação O cacto que extrai seiva do deserto
Vivaz inquietude da semente No chão lavrado, vida a palpitar Forma, contorno, imagem e presente Arte que só Deus vai saber escutar
Mistério sideral do pensamento Rasgo de luz a acender sóis no tempo Mais que obscuridade és criação
Metade noite, metade alvorada És quinhão gerador, taça largadaa No marasmo das almas és clarão
Nita Ferreira |