Em que futuro pensar? No que nos leva a ciência, onde os prognósticos não nos favorecem? Nas visões de uns poucos chamados, por muitos, loucos, traduzidas em metáforas, quebra-cabeças, onde as peças não se encaixam em harmonia, a não ser que lhes aparem as bordas e, mesmo assim, decifrados após os fatos consumados? Nas cartas ciganas, nas leituras de mão? Na Astrologia, nas premonições?
Misteriosos! Assim vejo a hora, o mês, o verão, o século... Cada momento ainda não vivido é futuro e a cada um, vivido, mais perto chego dele.
Prefiro acreditar no progresso da consciência, no amanhecer solidário, nas atitudes voltadas para corrigir as falhas do passado, na luz de uma estrela a despejar poeiras de amor, na fé em algo superior.
Prefiro imaginar a terra sorrindo através de botões em flor do que repartida por catástrofes e folhas secas, no chão, sem cor.
Prefiro imaginar o futuro sem muros de desigualdade, sem resquícios de crueldade, sem guerras por um torrão, sem ódio pelo irmão, sem desvios de poder, com o equilíbrio no dar e receber.
Nos meus divagares, onde a utopia se faz presente, vejo o futuro com olhos de crente que não confia na sorte, mas acredita piamente que o homem pode.