PRISIONEIRA
Cleide Canton
Bendita és, alma livre e redentora,
a vagar com os ventos (noites frias),
a tocar as estrelas que não vias
nos verões em que foste sonhadora.
Bendita és no brincar dos horizontes,
muito além desse arco-íris procurado,
tão crente, tão distante do pecado,
tão perto da pureza de outras fontes.
Bendita és, nos acertos, nos achados,
nas cores dos diamantes lapidados
que trazes nos teus olhos tão risonhos.
Bendita és, no confronto matutino,
senhora do poder e do destino,
ainda presa na cela dos teus sonhos.