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Respuesta  Mensaje 1 de 1 en el tema 
De: Nayara Cristina  (Mensaje original) Enviado: 08/02/2011 23:03
 

 

Texto extraído do livro DEPOIS DA VIDA
psicografia de Divaldo Pereira Franco.
 
Jesus afirmou que "nenhuma das Suas ovelhas
 entraria no Reino dos Céus sem que antes
 pagasse a dívida inteira ceitil por ceitil".
 
O processo da evolução é uma experiência
 que se realiza por etapas, em que o
 Ser progride pela dor quando o
 amor permanece desdenhado.
 
Hoje sou feliz, porém, antes
 conheci a dor e a amargura.
 
Nasci, há menos de cinqüenta anos,
numa família abastada, em cidade próxima.
 Meus pais, fazendeiros prósperos,
 esperavam por um filho que 
levasse a propriedade adiante.
 
A minha chegada causou-lhes um
 grande transtorno, desde que eu
não correspondia aos anseios
 acalentados. Experimentei, desde a
 primeira hora, o desdém e a mágoa
 dos pais frustrados que não queriam
uma filha. E, a seguir, á medida
 que o tempo se passou, a fissura
 inicial fez-se um abismo entre nós,
 porquanto, como consequência
das leis divinas, a idiotia
e a epilepsia me assinalaram a
 debilidade organica e mental.
 
Quatro anos depois do meu nascimento
 um irmão veio coroar a felicidade do
 nosso lar, fazendo, não obstante,
 que a minha dor fosse tornada insuportável.
 
Na minha limitação, entretanto, eu não
 podia avaliar o que, em verdade, se 
passava. Quando as convulsões epiléticas
 assaltaram-me, a partir dos
sete anos, um verdadeiro calvário se
 apossou da minha vida fragmentada
pelas limitações mentais e por
sofrimentos outros que me eram impostos.
 
Pessoas inescrupulosas, chantagiando a
 presunção da minha família, afirmavam
 ser eu possessa de demônios, o que
 levava meus pais a aplicarem-me surras
 constantes e homéricas, em vãs
 tentativas de expulsar de mim o
 Espírito mau, execrando-me com
 epítetos malsãos e expressões
 que me humilhavam, na presença
 dos empregados e dos demais familiares.
 
Não fuí a bênção do caminho materno que,
 ao contrário, não escondia sua 
ojeriza pela minha presença.
 
Era obrigada a fazer as refeições
 à parte da família, porque o meu
 descontrole motor sempre gerava
cenas embaraçosas à mesa.
 
Aos quinze anos, apresentando uma forma
harmônica, na estupidez de uma mente
 limitada e enferma, fui vítima
 de pessoas mais infelizes, que me
 estupraram, em plena mata,
 sem que eu tivesse consciência
 da hediondez do crime; e minha mãe,
 acreditando-se vulgar, exigiu
de meu pai que tomasse
 providências, que se complicariam
 mais tarde, após uma sucessão de
 agressões físicas que me deixaram
prostrada no leito por vários dias.
 
Não terminou aí o meu calvário, porque,
 pouco mais de dois meses depois,
 anunciou-se uma gestação indesejada.
 
Meus genitores, tomados de fúria,
 levaram-me para a mata e espancaram-me
 impiedosamente, a fim de que
eu acusasse o homem que me havia
 desencaminhado, para que eles
 encenassem um matrimônio
 impossível ou mandassem lavar-lhes
 a honra manchada com a vingança.
 Na minha alucinação e desequilíbrio,
 no entanto, eu não podia
 identificar o meu algoz.
 
Ataram-me então, a um tronco de arvoré,
 e meu pai, tomado por um furor indômito,
 chibateou-me até que a morte me adveio.
 
Experimentei terrível dor.
 Num certo momento, uivando como
 um animal e tentando libertar-me
das amarras, vi-me subitamente
projetada em um outro cenário,
 na forma de uma fidalga
 aparentando quarenta anos, diante de
 uma escrava com evidentes sinais de
 parto, numa senzala miserável e infecta.
 Ali presente eu exigia o feitor que
 lhe amarrasse as pernas, enquanto
lhe retinha os braços no
 tronco da punição.
Aquele filho não podia nascer porque era
 do meu marido com a jovem negra
 que o roubara de mim.
 Acompanhei o trucidar daquele corpo
 moço, nas violentas contrações
 do organismo, com zombaria.
 Gargalhava, enquanto seus gritos
dilacerantes de dor ecoavam por toda parte.
 Vi-a morrer, sem que o filho fosse
 projetado para fora.
 
Nesse momento, voltei à cena em que me
via com a cabeça tombada. . .
 
Senti-me livre e leve, enquanto minha
mãe que me concedera a maternidade, 
havia sido a escrava que eu mandara matar,
 e o homem que me houvera trazido à vida
 era o meu marido de outrora a
 quem eu negara o direito da paternidade.
 
Nesse momento uma doce paz tomou
conta de mim. Abandonei o casulo carnal,
 reconhecida, e porque alguém
 me aparecesse oferecendo-me
 mãos generosas, passados
alguns minutos, ali mesmo, me pus
 de joelhos e agradeci a deus a
 oportunidade de resgatara o crime
 que cometera antes, a fim de poder
 encontrar a paz perante a Justiça Divina,
 entregando os meus genitores à 
própria consciência, sem qualquer rancor.
 
Aqui venho hoje, para dizer que todas
 as dores, mesmo aquelas que se 
apresentam com caráter mais chocante
e cruel, têm as suas raízes no amor 
desprezado, que enlouqueceu no passado,
quando engendramos crimes e que, agora,
 a Providência deles nos permite
liberar, a fim de granjearmos
a plenitude da paz.
 
Evitai comprometer-vos com qualquer
tipo de violência, mantendo-vos
 confiantes nas leis de Deus
 que vigem em toda parte!
 
Quem se entrega à divina condução,
de forma nenhuma perece para renascer
 na grilheta da escravidão pelo erro.
 
O amor consegue alforria e benção
que libera o Espírito para o 
empreendimento da sua marcha feliz.
 
. . . E tende em mente que nenhuma
 das ovelhas que Deus confiou a Jesus
 se perderá. Mas ninguém entrará no reino
 dos Céus, sem que haja
 pago a "sua dívida ceitil por ceitil".


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