
O NOSSO NINHO
O nosso ninho, a nossa casa, aquela nossa despretensiosa água-furtada, tinha sempre gernios na sacada e cortinas de tule na janela.
Dentro, rendas, cristais, flores... Em cada canto, a mío da mulher amada e bela punha um riso de graça. Tagarela, teu cenário cantava à minha entrada.
Cantava... E eu te entrevia, à luz incerta, braços cruzados, muito branca, ao fundo, no quadro claro da janela aberta.
Vias-me. E entío, num súbito tremor, fechavas a janela para o mundo e me abrias os braços para o amor!
Guilherme de Almeida
|