Dando corda ao relógio
Apercebo-me de um mais débil pulsar De badaladas langorosas de cansaço Corro a dar corda aos meus relógios Para assim os espevitar
Iludo-me...
Pensando que sou eu que comanda o tempo Mas o tempo não tem origem em mim Apenas o mais puro sentimento Vem de dentro
Ainda assim...
Como os mecanismos mecnicos Prolongam as horas e os dias Dos maquinismos do tempo Em badaladas mais sonoras E prolongadas
Também...
Os beijos e os mimos Animam o bater dos corações E reanimam Com seu calor As maquinações da relojoaria do amor E dão tempo Ao tempo
Mas o tempo sempre está a acontecer Esgota-se por si só E com dor Sem piedade Nem dó E tudo acaba por morrer
A menos que a mecnica do espírito Com sua engrenagem cor-de-rosa Nos conduza a viagem mais esperançosa
Henrique Pedro
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