TESTAMENTO
Quando eu morrer,
Que seja num dia qualquer,
Mas quero ir com o entardecer,
No instante em que o sol se puser.
Quero deste mundo me esvair
Como as cores que desmaiam,
Depois que fulgidas precenciaram
O dia em júbilo explodir
Quero murchar
Como uma flor ao final do dia,
Depois que nem período de travessia
O seu aroma espalhar.
Quero me diluir
Como o sol que se enterra no horizonte,
Preparando um novo cenário
Para a lua surgir por tras do monte.
Quero para sempre adormecer,
Quando o calor arrefecer
E a brisa fresca da tarde
Acariciar as flores sem alarde.
Quero findar o meu caminhar,
Quando os pássaros em revoada
Se aninharem em suas moradas
E o ciclo da vida recomeçar.
Ai sim... Eu não serei mais nada.
Marize Ribeiro
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FORMATAçãO INA-42/2009
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