Á primeira vista, uma colorida pulseira de plástico nos pulsos de
crianças parece inocente.
Mas na realidade são um código para as suas
experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade,
desde um abraço até ao sexo propriamente dito.
Poderia confundir-se com mais uma daquelas modas que pega, uma vez que é usado por milhares em várias escolas primárias e preparatórias no
Reino Unido e custa apenas uns cêntimos em qualquer banca ao virar da esquina. E antes fosse.
Mas as diferentes cores das ditas pulseiras de plástico - preto, azul,
vermelho, cor-de-rosa, roxo, laranja, amarelo, verde e dourado -
mostra até que ponto os pupilos estão dispostos a ir, se se
proporcionar, desde dar um beijo até fazer sexo.
Andam uns atrás dos outros nos recreios das escolas, na tentativa de
rebentar uma das pulseiras. Quem a usava terá de "oferecer" o acto
físico a que corresponde a cor. É o "último grito" do comportamento
promíscuo que sugere, cada vez mais, que a inocência da infncia
pertence a um passado longínquo.
Quase tão chocante como as "festas arco-íris" - encontros com muito
álcool e droga à mistura, em que as raparigas usam batons de cores
diferentes para deixar a "marca" nos rapazes após o sexo oral -, as
«pulseiras do sexo», que custam apenas um euro (um pacote com várias),
têm um custo maior que foge ao alcance de muitos pais.
«A amarela é a melhor porque significa que só se tem de abraçar um
rapaz. A laranja significa uma "dentadinha de amor" e a roxa já dá
direito a um beijo com língua», explica uma menina de 12 anos ao
jornal The Sun. Todavia, à medida que a paleta de cores avança, o
nível de intimidade também é maior: «se um rapaz rebentar uma pulseira
cor-de-rosa, a rapariga tem de lhe mostrar o peito, se for vermelha
tem de lhe fazer uma lap dance e azul é sexo oral», continua. As
verdes são as dos «chupões no pescoço».
As pulseiras mais ambicionadas são a preta e a dourada, significando a
primeira «ir até ao fim com um rapaz» e a segunda todos os actos
descritos anteriormente, do mais inocente ao mais impróprio para a
idade. «A douradas são muito raras, por isso se encontrares uma na
loja, tens de obrigar a tua mãe a ir comprá-la!», explica.
Símbolo de respeito
Como quase em tudo nestas idades, existe um estigma por detrás das
pulseiras: quem não as usar é ostracizado e quem usar as cores preto e
dourado é mais respeitado. «No meu grupo da escola, a líder - que
serve de exemplo para todos - só usa pulseiras pretas e douradas.
Todos os rapazes da minha turma usam pretas e se uma rapariga também
usa, eles gostam todos dela», conta a criança de 12 anos.
Shannel Johnson, de 32 anos, descobriu através da filha, de oito, o
significado das pulseiras e admitiu ao The Sun que nunca suspeitaria
do código subjacente. Quando a filha Harleigh lhe disse que se alguma
rebentasse, tinha de fazer um «bebé com um rapaz», Shannel teve uma
conversa com a filha, chamando-a à realidade.
Esta mãe, preocupada, começou a pesquisar na Internet e descobriu
sites onde se vendiam as pulseiras, grupos no Facebook e fóruns de
menores a discutir quem usava que cores. Enquanto alguns pais já
confiscaram as pulseiras, muitos continuam na ignorncia do
significado destes acessórios aparentemente da moda.
Fonte:Thomson Reuters