SILêNCIO
Florbela Espanca No fadário que é meu, neste penar, noite alta,noite escura,noite morta, sou o vento que geme e quer entrar, sou o vento que vai bater-te a porta...
vivo longe de ti, mas que me importa? Se eu já não vivo em mim,ando a vaguear. Em roda a tua casa, a procurar beber-te a vez,apaixonada, absorta!
Estou junto a ti e não me vês... Quantas vezes no livro que tu lês.
Meu olhar se pousou e se perdeu!
Trago-te como um filho nos meus braços! E na sua casa...Escuta! uns leves passos... Silêncio! meu amor!...abre!... sou eu!...
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