A nova mulher e suas ferramentas em busca da plenitude! Rosana Braga
Já há algum tempo venho observando a maneira com que muitas mulheres
têm conduzido sua vida. A causa de tantos comportamentos incoerentes e
desencontrados seria irrelevante detalhar aqui: conquistas e mudanças
que elas mesmas têm provocado em todo o mundo ao longo das últimas
décadas – sejam as construtivas e dignas de méritos incontestáveis,
sejam as deturpadas e equivocadas.
Mas meu intuito não é
relatar a história e sim a essência da mulher; é falar da alma feminina
e não dos estereótipos, máscaras e papéis que elas vêm utilizando para
garantir seu espaço e demarcarem sua capacidade de ir além do esperado.
Infelizmente,
feridas por regras patriarcais, muitas mulheres saíram do extremo da
submissão em busca de seu real valor, mas se perderam. Assim, morrendo
de medo de se sentirem novamente amarradas pelas rédeas do passado,
insistem em renegar sua alma acolhedora, sua beleza encantadora, seu
coração fértil, receptivo...
Neste momento, desejo enaltecer
esse doce coração, provocar - no bom sentido - o desabrochar completo
desta alma legitimamente sensível, terna, plena!
Que possamos,
especialmente hoje e a partir de agora, baixar as armas, as defesas e
as desconfianças... e simplesmente ser mulher – com todos os predicados
que esse lugar nos cabe! Porém, não com um comportamento maquiado,
afiado, dolorosamente sociabilizado. Proponho um comportamento
autêntico, com direito à sua notável delicadeza, à doçura que tantas
vezes é substituída pelo espírito de competição e comparação equivocada
com os homens.
Que deixemos, enfim, de lutar por uma igualdade
genuinamente impossível, que mais nos desvalorizaria do que
enobreceria. Que passemos a assumir nossas maravilhosas e caras
diferenças e atuemos decididamente a partir de nossa feminilidade
essencial, preciosa, sublime. E que façamos isso, sobretudo, no
exercício de conduzir as nossas relações, seja no mbito profissional
ou pessoal.
Desejo que nós, mulheres, recuperemos nossa
capacidade de sedução e envolvimento – no sentido mais amplo dessas
expressões – sem, contudo, termos de agir como os homens. Não somos
homens. Não somos melhores nem piores. Somos mulheres, somos o feminino
divinamente complementar do masculino e vice-versa.
Não
precisamos de igualdade, apenas de nossa singularidade. Portanto,
sugiro que sejamos firmes, justas e produtivas, mas sem nunca
renegarmos nossa natureza criadora e criativa. E com certeiros atos,
que possamos, de fato, conquistar o mundo.
Porém, não falo de
uma conquista cujo adversário se chama homem! Não precisamos de
adversários, mas de companheiros, aliados, protetores e amigos. Quando
proponho que nos comportemos femininamente, estou sugerindo o exercício
da lucidez feminina, da capacidade que temos de conciliar e
compreender, de um gesto que perdoa, um abraço que envolve, de uma
conduta que nutre e floresce o que está ao seu redor...
Sei
que muitas mulheres são subjugadas e até desvalorizadas em seu ambiente
de trabalho e até mesmo em suas relações afetivas; sei que muitas delas
não encontram espaço para sua expressão máxima e contundente. Por isso
mesmo, hoje especialmente, quero defender a urgência do deixar-ser e
levantar a bandeira em nome do SER MULHER!
Que todos nós
possamos reconhecer o feminino que há em cada um, o feminino Gaia, o
feminino que gera e dá à luz tudo o que é vivo... para que o mundo seja
salvo da agressividade, do abandono e da carência profunda de afeto que
vem sofrendo!
A gentileza é feminina!
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