AI QUE INVEJA
Jota Há
Desgosto, ódio ou pesar por prosperidade ou alegria de outrem.
Desejo de possuir ou gozar algum bem que outrem possui ou desfruta.
O objeto que provoca esse desejo.
Eu não estou reinventando nenhuma roda,
copiei tudo de um dicionário.
O dicionarista em minha opinião foi até um tanto descuidado,
pois se esqueceu de escrever que inveja é pecado.
O texto que segue surgiu do dito de um amigo,
que citou parte do que pretendia usufruir
em um sítio neste recém-passado feriado prolongado.
Como eu não tive nada disso, fiquei trabalhando e pensando:
Que vontade estar também naquele sítio.
Resumindo: sentindo inveja.
Estar ali naquele silêncio, estar longe das pessoas e de seus ruídos.
Com certeza absoluta é estar longe de iniqüidades.
E continuei pensando, pensando, pensando...
Estar ali, era estar na intimidade da natureza:
era ouvir o canto dos pássaros;
era ouvir o inocente rolar da água cristalina por entre as pedras;
era ouvir o murmúrio do vento por entre as árvores;
era ouvir o zumbido doce dos insetos;
era estar entre flores, fontes e ninhos...
Ficar assim, nesse silêncio, é comungar com a harmonia universal,
é sentir a paz profunda que vem das coisas puras, que vem das coisas simples...
Estar ali naquele silêncio é estar na intimidade do além do céu azul, das coisas infinitas. É caminhar rumo à eternidade, é tentar ouvir a música celestial,
é procurar a perfeição, o absoluto.
Estar ali, naquele profundo silêncio,
é estar mergulhado no espírito infinito do Supremo Ser.
Ai que inveja!...