Que abismos nos separam
?
As esperas não findam
e por todas ausências,
eu chorarei sempre.
Espero-te
como ruínas e a tua falta
me joga num vazio,
onde sou obrigada
a recolher
pedaços de mim...
Sei que do outro lado
da minha imensa dor,
também esperas.
Não é justo
para nós dois.
Nada sabemos
de preconceitos
e não somos escravos
da falsa moral
que proclamam.
Abro a porta
do meu quarto,
acendo
todas as chamas,
dispo-me
de todos os desejos,
mas o maldito relógio,
cúmplice
do mundo hipócrita,
cinicamente reclama
num tic tac interminável !
(Arethuza Viana)