Marlene Constantino.
Teço um poema
sem brilho e sem cor,
meio espanto,
um nada de acalanto.
Somente o esboço
de um vulto na poeira,
meio torto, meio manco,
um tanto per_verso,
estendido
na soleira da porta,
acorrentando
na ponta da língua
o sonoro grito.
Faz medrar o verbo.
Só um gemido espremido
decodificado
embaraçando a realidade;
Vestido em negro manto
apertado, sufocado,
rasgando o que era
pra ser um verso de alegria.
Ai de mim !! Ai de mim !!
Confesso:
É mortífera a agonia !!
19/09/2009 | | | | |