CRIANçA DE RUA...
Criança que vive descalça
Pedinte nas duras ruas
Dançando aqui e alí uma valsa
Sem roupas, semi-nuas.
Onde o jornal vira colchão
Filho da sociedade inóspita
Tem por cobertor, o papelão
E um descanso hipócrita.
Sem teto nem esperança
Nem sonhos, nem brinquedo
Vieste ao mundo, feto-criança
Fora do contexto, desse enredo.
Criança de futuro incerto
Sem chance alguma
Que ninguem quer por perto
Tem seu caminho em bruma.
Cria de uma pátria corrupta
A qual o dinheiro lhe tem por Deus
Que nega a chance de forma abrupta
Relegando a vida aos filhos seus.
Míséria, solidão e fome
Uma constante em sua vida
Barriga vazia, raramente come
No coração, resta a ferida.
Sempre tem sido rejeitado
Filho de um país sem vergonha
Que tem por praxe o roubo ajeitado
Deixando milhares sem teto, sem fronha.
A sociedade o chama de marginal
De pivete, infrator, futuro bandido
Liga não! Lute pelo seu ideal
E mostre a todos ter vencido.
GANDALF - ( 25/04/2010)