Setenta
vezes sete
Temos o
direito de errar
ao longo da
nossa vida.
Guiados pelo
coração
ou emoções que
controlam o que
nosso juízo
deveria controlar,
vamos de
tropeço em tropeço.
Não estamos
condenados eternamente
porque somos
humanos.
O que não
podemos,
portanto,
é repetir
vezes e vezes
os mesmos
erros e achar a cada
vez que tudo
pode ser justificado.
Errar? Pecar?
Faz parte,
infelizmente,
do caminho,
da quota de
cada um.
Quando
cometemos nossos
deslizes e que
a vida
nos dá uma
nova oportunidade
de recomeçar,
é loucura
pensar que o
perdão nos é
devido
indefinidamente e querer,
de forma
absurda,
atingir o
setenta vezes sete.
Cada pessoa e
cada coisa
tem seu
limite.
Repetir erros
e enganos
contra os que
nos amam
simplesmente
porque sabemos
que um coração
que ama
sabe perdoar,
é abusar da
confiança que
depositam em
nós,
é desrespeitar
o outro
como
pessoa.
Suportar e
suportar erros
em nome do
amor pode
parecer
heróico.
O perdão é
algo que exige
de nós uma
força quase inhumana
e sabemos bem
que
para realmente
perdoar
precisamos
abandonar o nosso
eu que pede
justiça.
Mas não temos
o direito
de brincar com
os sentimentos
dos outros e
nem permitir que
brinquem com
os nossos.
Deslizar e
cair uma vez,
duas, pode
acontecer,
mas à partir
do momento
que isso se
torna um hábito é
que algo está
muito errado.
Devemos
aprender a dizer
"não" quando
isso significa
reinvindicar o
respeito próprio.
Cada um tem o
direito
de viver com
dignidade
e não podemos
ser nada para
o mundo se já
não
somos capazes
de nos olhar
no espelho e
sustentar
nosso próprio
olhar.
Ame o mundo e
ame ao outro.
E ame-se
também,
assim como
amou e ama
Aquele que te
criou.
Perdoe e
perdoe-se!
E não pare no
caminho,
nem olhe para
trás.
Há diante de
nós um Éden
que nos espera
e devemos viver
de maneira a
sermos dignos de
passar por
essa porta.
Letícia Thompson
Paraiso Selvagem - Entre
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