Sepultando Lembranças Marise Ribeiro Lembra da nossa cabana, refúgio de nossas almas? Hoje vive abandonada, desde que me vi desamparada quando você, com a maior calma, disse-me que não sentia mais nada. Nunca mais voltei lá... a lua já não me inspirava, a noite não me fortalecia, nem a lareira me aquecia. Ali eu compunha as poesias que traduziam o nosso amor... a atmosfera era mágica, tudo explodia em cor. A casa praticamente em ruínas é o retrato do abandono e a minha promissora inspiração mergulhou em profundo sono. Ao escrever-lhe esta carta, peço o seu consentimento para a casa pôr abaixo... Quem sabe sepultando as lembranças, a poetisa clame seu renascimento voltando a cantar esperança.
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