Sou a inconsolável menina, que o dia Tirou do olhar o viço do momento. Tirou do sorriso o sol e do vento, Levou de minhas marcas a poesia.
Não que eu veja mais estrelas tiritantes Nem o clamor das águas a escorrer no corpo; Numa banheira frígida, que sem gozo Trouxe amor em frascos vacilantes!
Quero, pois, amar às alvoradas! No campo, na chuva, na partida, na chegada... Dentro dos olhares como seios despidos!
E chegarei formosa ao céu, que inconsolável, Há de sorrir de amor ao meu carinho afável Sem que a vastidão lhe desnude os sentidos!
(Ledalge, INCONSOLÁVEL)
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