A linguagem dos olhos Fátima Irene Pinto
Falta ainda a linguagem do gosto! Que gosto terá sua boca quando colada na minha? Que indizível prazer devo sentir ao te percorrer? Que doce delírio sentir tua boca, todo o meu corpo morder...
Falta ainda a linguagem do tato! Como será o entrelaçar das nossas trêmulas mãos? O abraço tão apertado que poderemos ouvir nossos corações, pulsando sôfregos e descompassados em meio a tão arrebatadoras emoções...
Falta ainda a linguagem do cheiro! Não o cheiro da minha ou da tua preferida colônia. Mas o nosso cheiro, natural, hormonal, quase animal. Falando da premência da entrega, assim sem nenhuma cerimônia...
Porque eu já conheço a tua voz acariciante. Porque eu já conheço a tua melancólica expressão. Porque eu já conheço o teu complicado sentir. Porque eu já conheço a tua férrea razão.
Mas que presunção a minha, eu achar que te conheço. Não porque falte o tato, o olfato e o paladar. Eu só poderei dizer que realmente te conheço quando, olhos nos olhos, a tua Alma eu puder sondar.
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