Santo António, meu amigo,
rogo-te para ter inspiração.
Sabes o que escrevo e o que digo;
tenho as palavras no coração.
Quero escrever-te umas quadras
para mostrar a minha devoção.
Mas saem apenas rimas vagas.
Desculpa-me, não tive intenção.
Perdoa-me esta ousadia
fruto da minha tenra idade.
Estou a sentir uma poesia
gerada com generosidade.
Rezo louvores a ti meu santo,
Padroeiro da minha cidade,
pelas graças que entretanto
eu recebi da tua bondade.
Foi na noite dessa tua festa
que encontrei o meu grande amor,
sendo assim, apenas me resta
agradecer-te por este favor.
Eu casei-me na tua capela
Num dia bonito e de calor.
Levava um lenço na lapela.
O coração batia com fervor.
Quando ela entrou na igreja,
fiquei fascinado e a sentir
ser impossível não ter inveja
deste amor que me faz luzir.
É a ti, meu santo, que o devo.
Exclamo-o feliz e a sorrir.
Desta forma eu não me atrevo
a outros favores te pedir.
Estes versos já vão bem compridos.
Até ao fim tenho que os levar.
Por mim, para ti, foram escritos
Com carinho, só para te louvar.
E para terminar:
Entra na marcha e vem cantar,
No Santo António sê folgazão.
Lisboa vem para a rua dançar,
E comer sardinhas assadas no pão.
Nuno Rita