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De: AmigaPaz (Mensaje original) |
Enviado: 06/07/2011 01:27 |
Divaldo Franco
Certa vez, fui a um padre confessar (antes de tornar-me espírita). Contei-lhe sobre minhas comunicações com os mortos. Para ele eram forças demoníacas tentando me afastar da Igreja. Veio-me uma mágoa de Deus e comecei a questionar: - Sou um bom católico, bom sacristão, adoro a Igreja, faço jejum, passo a semana da Páscoa sem comer até o meio-dia. Se Deus não pode com o diabo, eu vou agüentar? O diabo vai me vencer. Como um garoto de 17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo se nem Deus consegue? Entrei em depressão e fiquei com mágoa de Deus. Confessei-me ao padre: - Eu vou me matar. Nossa Senhora do Carmo vai ter pena de mim, vai me colocar o escapulário e me tirar do inferno. Ele me olhou demoradamente e respondeu: - Não tome nenhuma atitude agora. O demônio às vezes nos perturba para testar a nossa fé; quando não consegue, abandona. Volte para a Igreja. Era um homem honesto, acreditava piamente em suas idéias. Um dia, ao confessar-me a ele, vi aproximar-se um Espírito. Tive outro conflito: - Como pode o diabo entrar na sacristia? Aliás eu via sempre os Espíritos. no momento da eucaristia a hóstia tornava-se luminosa quando colocada na minha boca. às vezes, em Feira de Santana, via o cônego Mário Pessoa aureolado. No meu entendimento (católico), ele era um santo. As pessoas na hora da fé se iluminavam e eu julgava tudo alucinação. Quando o Espírito entrou, exclamei: - Olha, o diabo está vindo, e é mulher! - Você vê algum sinal particular no rosto dela? – indagou-me o padre. - Vejo uma verruga acima do lábio. - E o que mais? - O cabelo está partido ao meio, penteado com um coque atrás. - E o que mais? - Vejo um xale sobre os ombros, com pontas, um xale negro de xadrez. - Pode ficar tranqüilo, é mamãe. Ela “incorporou” e conversou com o padre. Quando despertei, ele me esclareceu: - Divaldo, mamãe veio me alertar. A sua missão não é aqui, vá seguir a tarefa que Deus lhe confiou, porque o bem está em todo lugar. Fiquei mais tumultuado, porque eu não era espírita, tinha medo, sentia-me de certo modo alijado da Igreja, mas continuava a frequentá-la e ao Centro Espírita. Tinha conflitos de fé, principalmente quando morreu minha irmã, por suicídio. Mamãe foi encomendar missa a esse mesmo sacerdote, um homem bom, e ouviu dele: - Dona Ana, não posso celebrar, porque o suicida está no inferno e Deus não o tira de lá. Foi quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria, com uma mulher iletrada – a minha mãe: - Padre, então eu renego o seu Deus. Se Ele não é capaz de perdoar não é digno de ser Deus. Sou lavadeira modesta e analfabeta, mas a filha que perdi, eu a perdôo; como é que Deus, que a tem, não a perdoa? Digo mais, quem se mata não está no seu juízo. Mais tarde eu viria saber que muitos portadores de psicose maníoco-depressiva PMD, vão ao suicídio. Aprendi muito com esse homem, com mamãe, e quando eu lhe disse que não iria mais à igreja, ela me respondeu: - Deus está em todo lugar. Se você for justo e agir com retidão, Ele estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio. A partir desse acontecimento integrei-me lentamente ao Espiritismo.
Divaldo Franco
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De: Marybru |
Enviado: 07/07/2011 00:24 |
Casa Arrumada Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e
uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da
tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora...
D.A Beijos
Mary
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lindas palavras de Divaldo Franco, gostei!
um grande abraço amiga, e voce como esta?
Estrela Dalva |
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