Para Viver um Grande Amor
Sergio Trouillet
Para viver um grande amor é preciso sempre ouvir o coração, independente de quanto grite a razão. É preciso saber distinguir, entre tantos, o aroma que nasce do corpo da mulher amada; sentir o suave arrepio que, na pele, se faz quando os corpos se reencontram e se falam. Para viver um grande amor é preciso ser livre dos compromissos e saber se dar, com exclusividade, a cada momento da vida compartilhada. É preciso desejar o corpo do amante deixar-se esquecido no seu, sonhar seus sonhos e voar seus vôos como ele os de sua companheira. Para viver um grande amor é preciso saber adivinhar a intenção jamais revelando os problemas e, sim, rindo juntos das loucas soluções. É preciso entender a lágrima, sentir o silêncio e ler o olhar. É preciso saber usar a voz para sussurrar ou para gritar, de modo que o grande amor não adormeça ... jamais! Para viver um grande amor imprescindível se faz sorrir sempre
seja por um bom-dia, seja por um carinho, seja por um suave convite à vida. É importante saber reconhecer, entre tantas e dissimuladas rotinas, o momento do reencontro ou do adeus, saber fazer da separação a união e da união uma permanente revolução: onde os mitos sejam quebrados, os conselhos gentilmente desprezados e tantos e novos caminhos criados. Para viver um grande amor é essencial o desejo incontido da felicidade transformando o simples momento de amor em um novo ser que nasça e dê aos amantes a eternidade. Para viver um grande amor simplesmente é mais do que desejável saber andar de mãos dadas: hoje, amanhã e nos anos seguintes quando os desencontros e mágoas tiverem enchido as malas de viagens não viajadas e corações envelhecidos por pequenas angústias. Para viver um grande amor ( a dois ) sempre se deverá ter em conta que um amor surge, espontneo, não da fuga de uma vida amarga mas pela busca de um longínquo horizonte: destino e direção no vôo sereno de dois pássaros cortando o céu de nuvens brancas ou de tempestades, até pousarem em seus definitivos ninhos, as peles enrugadas pelo tempo, as asas cansadas pelo longo vôo, os olhos vivos e brilhando de paz, os corações roucos de falarem, anos após anos, horizontes após horizontes, com o sentimento de que, afinal, uma mulher e um homem, pássaros ou humanos, não importa, souberam, simplesmente, viver um grande amor.
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