VALSA
CECÍLIA MEIRELES
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Fez tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos e nas tuas antigas palavras. O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos, que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.
Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto e modelou tua voz entre as algas. Eu moro, desde então, nas pedras frias que o céu protege E estudo apenas o ar e as águas.
Coitado de quem pôs sua esperança nas praias fora do mundo... - Os ares fogem, viram-se as águas, mesmo as pedras, com o tempo, mudam. |
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Aprendi com a primavera;
a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.
Cecília Meireles
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