Sentada, hoje o que lhe resta é somente a velhice Ao balanço da cadeira, após uma vida de muita luta Hoje o que lhe sobrou foi a solidão e muita tolice A lembrança de quem já se foi pelo preço da labuta.
Olhar fixo no horizonte, recordação do dia mau Pela falta de espaço e de toda a sua mesmice Esta que, mesmo o coração parecendo um calhau Leva tudo ao caminho da famigerada doidice.
Surge então um conjunto de manias bestas Os cuidados com coisas bobas, sem sentido Como a de esconder coisas em cestas Ciúmes por besteiras, parece tudo perdido.
Velhice, isso sim... Pura velhice! Vive-se do passado, paixões que nunca se viu... Também conhecida como coroquice Recordações do nada que nunca existiu.
Um amor impossível, uma paixão sonhada Amor não vivido, coração enfadonho Algo não realizado, uma vida passada Imaginação apenas... Apenas um sonho...
Lembranças de um grande amor, um alguém Num talvez romance, quiçá mais uma perrice Resultado da pessoa com a cansada mente... Isso sim, é a real e dura velhice...