
Sentada, hoje o que lhe resta é somente a velhice
Ao balanço da cadeira, após uma vida de muita luta
Hoje o que lhe sobrou foi a solidão e muita tolice
A lembrança de quem já se foi pelo preço da labuta.
Olhar fixo no horizonte, recordação do dia mau
Pela falta de espaço e de toda a sua mesmice
Esta que, mesmo o coração parecendo um calhau
Leva tudo ao caminho da famigerada doidice.
Surge então um conjunto de manias bestas
Os cuidados com coisas bobas, sem sentido
Como a de esconder coisas em cestas
Ciúmes por besteiras, parece tudo perdido.
Velhice, isso sim... Pura velhice!
Vive-se do passado, paixões que nunca se viu...
Também conhecida como coroquice
Recordações do nada que nunca existiu.
Um amor impossível, uma paixão sonhada
Amor não vivido, coração enfadonho
Algo não realizado, uma vida passada
Imaginação apenas... Apenas um sonho...
Lembranças de um grande amor, um alguém
Num talvez romance, quiçá mais uma perrice
Resultado da pessoa com a cansada mente...
Isso sim, é a real e dura velhice...
GANDALF® - 05/11/2011