Assuntos paranormais fascinam muito as pessoas. Da mesma forma, fazem muita confusão entre os termos, não sabendo distinguir um fenômeno mediúnico de um paranormal. Confundem mente com cérebro e outras coisas semelhantes. Para esclarecer os equívocos, ninguém melhor que um expert no assunto, o parapsicólogo baiano e pesquisador de fenômenos paranormais, Clóvis Nunes. Hoje abordaremos a interação cérebro e mente e posteriormente, talvez no próximo domingo, as diferenças entre mediunidade e paranormalidade.
A distinção entre cérebro e mente, segundo Clóvis, hoje é absoluta, informando que inclusive a psiquiatria fez revisão no seu conteúdo de fundamentação de palavras. E comenta: Até algum tempo pensadores radicais e desatualizados acreditavam ser a mente uma segregação cerebral. Isso hoje está em desuso. Já se sabe: a mente não pertence ao cérebro e o cérebro não explica a mente, embora exista uma interação entre os dois. A mente é uma entidade independente. Ela acontece pelo cérebro, mas não pertence a ele e muito menos é uma segregação cerebral. Portanto, a psiquiatria aboliu os termos de doente ou enfermo mental, histeria e outras.
Não existe mais os psicóticos, maníacos depressivos, neurose, psicose".
Isso, conforme ele, porque estas palavras todas não designam bem o que é a mente. Complementa: "A psiquiatria já desenvolveu pesquisas sérias revelando que a mente é independente do cérebro e que também não é um órgão. Então, se ela não é um órgão não pode adoecer, uma vez que toda doença pressupõe um órgão afetado, portanto, doente mental é um termo inadequado. A histeria é uma palavra do século passado. Acreditava-se que só afetava as mulheres, porque o útero murchava, secava, entrava pela corrente sanguínea e 'subia para o cérebro'. Daí esta expressão subiu para a cabeça. Mais tarde, psiquiatras descobriram que existiam homens muito histéricos e nós não temos útero e assim não podia 'subir para a cabeça'. Isso tudo era fruto de ignorncia dos nossos antepassados".
A palavra de ordem, hoje, na psiquiatria são os transtornos, informa Clóvis, concluindo, portanto que a mente independe dele. "O autista, que era chamado de enfermo mental, não tinha nenhum sintoma que caracteriza qualquer doença e no passado eram considerados deuses. Na Idade Média eram levados à fogueira como endemoniados e hoje se trata com medicamentos, mas não têm doenças. Os autistas são absolutamente normais, têm uma saúde de ferro e erroneamente classificados de doentes mentais. Hoje o fenômeno do autista é chamado de transtorno do desenvolvimento psicológico, numa classificação mais digna. Existem psiquiatras desatualizados que continuam utilizando conceitos antigos, mas a própria psiquiatria já mudou até o cid (código internacional das doenças), com a nova nomenclatura, trazendo para a prática médica esta independência da mente com o cérebro".
Questionado se faz muita diferença, ele respondeu: "Bem, isso legitima muita coisa de nossa indestrutibilidade, porque se a nossa mente independe do cérebro, então a mente sobrevive ao cérebro. A neurologia profunda também sabe disso e se a tomografia computadorizada não apontar nada e mesmo assim o paciente tem problema psíquico, manda procurar o psiquiatra porque escapa do seu controle para tratar a mente. Pesquisadores concluíram que o cérebro não gera pensamento e não explica a mente. O pensamento ocorre no cérebro, mas não pertence a ele, da mesma forma que a fala acontece ao telefone e não é o telefone que fala. A fala é que fala pelo telefone. Então, não é o cérebro que pensa. O pensamento é que pensa pelo cérebro. Portanto, a mente, consciência, o espírito hoje são palavras quase sinônimas no campo da ciência moderna".
- O cérebro e a mente sobrevivem à morte física?
- O cérebro não. Porque a morte física pertence ao cérebro, mas não alcança a mente. A mente pré-existe ao nascimento do cérebro, comanda todo cérebro, mas sobrevive à dissolução cadavérica do cérebro. Portanto, a mente é a contraparte imaterial de todos os seres. É a força criadora e responsável pelas funções dos órgãos. O cérebro está para os órgãos do corpo como um grande computador, no entanto, a mente é a entidade extra-corpórea, o princípio espiritual que habita os corpos. Conclusão: a mente é eterna, o cérebro não. O cérebro nasce, cresce, atinge a sua plenitude, entra em decadência, degenera e morre. Mas a mente sobrevive