Fui tua fantasia,
enquanto você está envolto
nos meus sentimentos mais puros.
Amaste-me com palavras
e com tua imaginação,
enquanto te amo com verdades
e com toda minha paixão.
Hoje de nós dois, apenas o que resta sou eu.
Sou o pranto que todas as noites
acorda as estrelas e abala o
silêncio dos céus.
Não serei recordação,
mas serei o vento que canta livre
te trazendo uma saudade quase finda.
Nunca me olharás realmente,
mas me acharás no contorno dourado
das nuvens que sobre ti andam,
no sol que de ti se despede.
Me acharás no reluzir da estrela
solitária que te observa,
na luz circunda da lua que te assiste,
no diálogo com Deus.
Serei a metamorfose da tua alma em ave,
pousando no solo da tua verdade.
Serei a liberdade lapidada em teu espírito.
Serei o segredo do teu coração.
Serei a lágrima pelo amor
que não ousaste experimentar.
Serei a visão de que a realidade
não se encontra somente na razão,
mas profundamente enraizada, muito além do coração.
Terei sido o nada,
enquanto você poderia ser o tudo.
Estarei seguindo pela minha estrada
e ainda que eu não olhe nunca mais para trás,
te encontrarei em mim,
ao meu lado, e mais à frente.
Terás chegado ao fim da guerra
que teu coração travou com tua razão;
e eu então, serei apenas o tempo que você não viveu...e o
espaço que não coube em teu mundo.
Fernanda C. Scialla