NATAL DA ESPERANçA
ALCEU SEBASTIãO COSTA
Conforme a praxe caseira, minutos antes de meia noite, a família se reúne ao redor do presépio para rememorar o natalício do Menino Deus.
Com um olho na manjedoura e outro no peru
sobre a mesa farta, rolam as preces e as contrições reflexivas dos que para tanto se habilitam.
Nada se impõe. A palavra é livre. O Ser é livre. Pedir não ofende.
A vez é da Criança, a quem se credita a esperança, livre na fé e livre da fome. Ela a tudo transcende.
Que se renovem os juramentos dos jovens,
aos adultos o viço da percepção e aos idosos
a dignidade de uma quota de afeição. Todos a caminho da Felicidade, isentos da malícia e da maldade. Na mente, a retidão.
No peito, o maleável coração. A caminhada na madrugada, as pegadas da Estrela Guia, a busca da nova Luz, do sorriso às gargalhadas do Recém Nascido...Jesus! A volta para casa sob o calor do sol nascente...
no céu, resto opaco da lua crescente...
cenário insólito que, diante do clima de respeito e cordialidade, o nó da droga, da criminalidade e da impunidade, desfeito, cede espaço a um Natal inusitado.
O Homem renovado, o contrato refeito...
O passo compassado do aprendiz...
Na manjedoura, o Menino ressona...depois de uma Noite Feliz! Ao redor da mesa, a Família, em oração,
celebra a Paz e reparte o Pão, enquanto o poeta burila seu sonho de Natal...um poema surreal... Incrível, mas possível!
Afinal, “tudo pode aquele que crê!”
Alceu Sebastião Costa
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