Há quanto tempo não conversamos por cartinha ou por telefone!
Eu me desculpo com o passar dos dias, mais ou menos importantes, mas que me absorvem com miudezas e não vejo as horas se escoarem, os dias passarem, os meses se acumularem.
É, amigo, é o que acontece usualmente com as pessoas, e, principalmente, com os casais:
a rotina, mãe da certeza perigosa, inexistente e acomodada:
o fermento fatal que faz crescer a distncia , separando pessoas que um dia muito se amaram.
Lembramo-nos dessa crucial distncia quando somos nós os fragilizados por um possível problema no trabalho, com difícil solução, ou quando estamos carentes por uma redução de imunidade por um ataque de vírus ou porque nos machucamos fisicamente e queremos, precisamos de um apoio, da presença ao nosso lado, de um abraço apertado, de palavras de compreensão ... que já não são usuais.
E então desejamos, precisamos, exigimos inconscientemente, os afagos, a atenção, os cuidados... mas a frágil ponte de comunicação já foi rompida pelo longo silêncio e está difícil de ser atravessada, e o máximo que recebemos é o que tivermos dado
ou deixado de dar.
E então aparecem as reclamações, as exigências, os desencontros e a distncia de corações, mesmo que moremos no mesmo endereço e durmamos no mesmo quarto,
dividindo a mesma cama ...
Precisamos estar cientes que o abraço é essencial, mesmo sem palavras, mas que as palavras escritas, faladas ou telefonadas são indispensáveis quando há distncia física e que os elogios devem ser ditos com razoável frequência , mas só com sinceridade.
Pequenas atenções são elos de amarração nas tábuas que formam a ponte de comunicação: uma flor ... um bilhetinho ... um prato especial para o jantar ... um elogio em público ... um afago no meio da cozinha ... uma pequena declaração "eu te amo" ... "como você é importante para mim" ... um vinho comprado para um dia especial ...
Um abraço apertado, mesmo sem palavras ...
Mas ... somos pródigos nas observações críticas para o outro, e racionamos o beijo carinhoso, o afago tranquilo, o olhar de apreciação ... a demonstração de nosso profundo afeto.
E a outra pessoa, talvez mais sensível, se sentindo desprezada, esquecida ou renegada,
pouco a pouco, também deixa de manifestar seu carinho.
E o que não é lembrado , é totalmente esquecido.
E é quando acontece a vontade de romper com o marasmo da relação, sem nos darmos conta que fomos nós que iniciamos a lenta e sistemática destruição da ponte de comunicação.
Quando efetivamos o rompimento definito ou não, nos propomos e nos concedemos uma nova oportunidade. Com o passar o tempo, tudo se repetirá, com outros relacionamentos , e vamos nos conscientizar de "que éramos felizes, tudo tínhamos, e não sabíamos".
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Bom dia, querida amiga,
Eu gosto muito de você.
Sua capacidade de trabalho, sua honestidade, seu desempenho e sua atenção sempre chamaram minha atenção.
Seus telefonemas, seus e-mails, seus bilhetinhos me sensibilizam e me fazem feliz.
Obrigada!
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