Ser Feliz é
correr riscos Jean Onimus
Feliz é
aquele que saboreia quando come, enxerga quando olha, dorme quando
deita, compreende quando reflete, aceita-se e aceita a vida como ela
é. Há quem diga que felicidade depende, antes de tudo, de
bastar-se a si próprio; de não depender de ajuda, de opinião e,
sobretudo, de não se deixar influenciar por ninguém. Será mesmo?
Você pode imaginar uma pessoa assim? Lao Tzé dizia: "Grande
amor, grande sofrimento; pequeno amor, pequeno sofrimento; não amor,
não sofrimento". Pode imaginar você um homem sem paixão, sem
desejos? A felicidade, entendida assim, não seria apenas um
engôdo, algo contra a natureza humana? Evidentemente! Sem amor, sem
paixão, que sentido teria a existência? A felicidade é proporcional
ao risco que se corre. Quem se protege contra o sofrimento,
protege-se contra a felicidade. Quem se torna invulnerável, torna sem
sentido a existência. O homem feliz aceita ser vulnerável. O homem feliz
aceita depender dos outros, mesmo pondo em risco sua própria
felicidade. É a condição do amor e de todas as relações humanas, sem
o que a vida não teria sentido.
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