Sentado no ônibus que o levaria a Belo Horizonte, Chico notou que seu companheiro de banco era um Irmão Sacerdote.
Cumprimentou-o e entregou-se à leitura de um bom livro.
O Sacerdote, também, correspondeu-lhe o cumprimento, abrira um livro sagrado e ficara a lê-lo.
Em meio à viagem, passou o ônibus perto de um lugarejo embandeirado, que comemorava o dia de S. Pedro e S. Paulo.
O Sacerdote observou aquilo e, depois, virando-se para o Chico comentou:
- Vejo esta festividade em honra de dois grandes Santos, e neste livro, leio a história de S. Paulo, cujo autor lhe dá proeminência sobre S. Pedro.
Não se pode concordar com isto. S. Pedro é o Príncipe dos Apóstolos, aquele que recebeu de Jesus as chaves da Igreja.
O Chico, delicadamente, deu sua opinião, e o fez de forma tão simples, revelando grande cultura, que o Sacerdote, que não sabia com quem dialogava, surpreendeu-se e lhe perguntou.
- O Senhor é formado em Teologia, ou possui algum curso superior?
- Não. Apenas cursei até o quarto ano da instrução primária...
- Mas como sabe tanta coisa da vida dos santos, principalmente de S.Paulo, de S. Estevão, de S. Pedro, e de outros, realçando-lhes fatos que ignoro?.
- Sou médium...
- Então, o senhor é o Chico Xavier, de Pedro Leopoldo?
- Sim, para o servir.
- Então, permita-me que lhe escreva e prometa-me responder minhas cartas, pois tenho muita coisa para lhe perguntar.
Faça-me este favor. Afinal, verifico que Deus nos pertence.
- Pode escrever; de bom grado responder-lhe-ei.
Assim trabalharemos não apenas para que Deus nos pertença, mas para que pertençamos também a Deus, como nos ensina o nosso benfeitor Emmanuel.
E, até hoje, Chico recebe cartas de Irmãos de todas as crenças, particularmente de Sacerdotes bem intencionados, como o irmão com quem viajou e de quem se tornou amigo.
E, tanto quanto lhe permite o tempo, lhes responde e nas respostas vai distribuindo o Pão Espiritual a todos os famintos, ovelhas do grande redil, em busca do amoroso e Divino Pastor, que é Jesus.