De la noche a la mañana, llega junto a la ventana, con su frió aliento otoñal, Y se acuna en el cristal, en un suave baile entre los brazos, del aire Sin saber como, de gris la casa se vistió como el plomo, el día amaneció, Es tiempo de lluvia, tiempo de amarse a media voz, De oír de nuevo el tic tac del reloj, Es tiempo de lluvia, de vivir de beso en beso, Entre paredes de yeso, y dejar los días correr Sin mañana y sin ayer, porque no se acaba, ni mi amor ni mi amada Sin saber como, de gris la casa se vistió, como el plomo, el día amaneció, Es tiempo de lluvia, tiempo de amarse a media voz De oír de nuevo el tic tac del reloj, Es tiempo de lluvia, acércate, ven y siéntate
O Poço Cais, às vezes, afundas em teu fosso de silêncio, em teu abismo de orgulhosa cólera, e mal consegues voltar, trazendo restos do que achaste pelas profunduras da tua existência. Meu amor, o que encontras em teu poço fechado? Algas, pntanos, rochas? O que vês, de olhos cegos, rancorosa e ferida? Não acharás, amor, no poço em que cais o que na altura guardo para ti: um ramo de jasmins todo orvalhado, um beijo mais profundo que esse abismo. Não me temas, não caias de novo em teu rancor. Sacode a minha palavra que te veio ferir e deixa que ela voe pela janela aberta. Ela voltará a ferir-me sem que tu a dirijas, porque foi carregada com um instante duro e esse instante será desarmado em meu peito. Radiosa me sorri se minha boca fere. Não sou um pastor doce como em contos de fadas, mas um lenhador que comparte contigo terras, vento e espinhos das montanhas. Dá-me amor, me sorri e me ajuda a ser bom. Não te firas em mim, seria inútil, não me firas a mim porque te feres. ( Pablo Neruda )