Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio; Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca; Porque metade de mim é o que eu grito, Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe Seja linda, ainda que tristeza; Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada Mesmo que distante; Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo Não sejam ouvidas como prece E nem repetidas com fervor, Apenas respeitadas como a única coisa que resta A um homem inundado de sentimentos; Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço; E que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensada; Porque metade de mim é o que penso Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste E que o convívio comigo mesmo Se torne ao menos suportável; Que o espelho reflita em meu rosto Um doce sorriso que me lembro ter dado na infncia; Porque metade de mim é a lembrança do que fui, A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito E que o teu silêncio me fale cada vez mais; Porque metade de mim é abrigo Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta Mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer; Porque metade de mim é platéia E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada Porque metade de mim é amor E a outra metade... também.
Acontece Bateram à minha porta em 6 de agosto, aí não havia ninguém e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira e transcorreu comigo, ninguém. Nunca me esquecerei daquela ausência que entrava como Pedro por sua causa e me satisfazia com o não ser, com um vazio aberto a tudo. Ninguém me interrogou sem dizer nada e contestei sem ver e sem falar. Que entrevista espaçosa e especial! ( Pablo Neruda )
METADEQue la fuerza del miedo que tenhoNão me impide ver lo que anhelo;La muerte de todo en ese acreditoNão me tapa los oídos y la boca; Porque la mitad de mí es lo que grito, pero la otra mitad es silencioso...La música que escucho a longeSeja hermoso, aunque tristeza;La mujer me encanta es para siempre hasta que amaba mucho;Porque la mitad de mí es partidaMas la otra mitad es saudade...Que las palabras faloNão ser escuchado como preceE ni repetir con fervor, sólo respetado como lo único que queda a un hombre abrumado con sentimientos;Porque la mitad de mí es lo que ouçoMas la otra mitad es qué maíz...Mi disposición a ir con calma y a su vez paz awayif de disco que me merezco;Y que esta tensión me carcome dentroSeja un día recompensado;Porque la mitad de mí es lo que pienso pero la otra mitad es un volcán.Que el miedo a la soledad si afasteE que la convivencia conmigo incluso si cada vez menos soportable;El espejo refleja en mi rostoUm dulce sonrisa recuerdo haber dado en la infancia;Porque la mitad de mí es un recordatorio de lo que fue, la otra mitad no sé...No necesita más que una simple alegría para hacerme tranquilo el espíritoE que tu silencio me diga cada vez más;Porque la mitad de mí es abrigoMas la otra mitad es cansancio...Arte nos señalan una respostaMesmo que no saibaE a nadie para tratar de complicarPorque tarda simplicidad para hacerla florecer;Porque la mitad de mí es platéiaE la otra mitad de la canción...Y mi locura es perdonado porque la mitad de mí es el amor y la otra mitad también.Oswaldo Montenegro