MEU NOVO
AMOR
Carmo
Vasconcelos
Chegas-me
de surpresa neste Inverno! Como me adivinhaste assim tão só, Mordendo da
saudade o amargo pó, Roçando o cio nas grades deste inferno? Quem te
mandou?... Demónio ou zelo de anjos? Trazes néctar dos deuses nos teus
beijos, E na voz, hipnóticos arpejos, Mescla de harpas e cítaras com
banjos! Mas... não sei se te quero ou mando embora, Se me entrelaço ao
róseo desta aurora Ou se me solto às sombras do poente... Somar outro
arco-íris na memória, Dos tais que chuva intrusa rouba a glória?... Não
sei, meu novo amor, sinceramente!
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