VISõES Cleide Canton A pupila desgastada e
retraída, procura nas sombras da saudade a imagem que se esconde,
inibida, nos vazios entre sonho e realidade. O tempo esparrama a
fumaça que coibe a visão tão desejada do vulto que se perde na
vidraça dest'alma ao amor aprisionada. A vontade busca a fina
sintonia e a fé ceifa ondas interferentes que fogem, temerosas da
ousadia, e da força de olhares reticentes. O vulto emerge do mar da
inconstncia tal Netuno, soberano e majestoso, que a sorrir-me encurta a
distncia na magia de um desejo indecoroso. As sombras perdem o negro do
seu véu e a fumaça se dissipa, agonizante, ante a cena que nos leva ao
mesmo céu onde me entrego... Fiel, livre e amante.
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