DIAS DE EXAGERO É comum analisarmos a sociedade, a vida em família e a educação dos filhos fazendo comparações com tempos passados. Nas conversas entre amigos, nos encontros familiares, surgem comentários sobre como era a vida antigamente, contrapondo-a com os dias de hoje. E é recorrente a conclusão de que os dias atuais estão mais difíceis, desafiadores e complicados. Fala-se que hoje sabemos muito e sabemos de tudo, que nada é proibido e que podemos tudo fazer. Antes, as convenções sociais, as regras mais rígidas de relacionamentos não nos permitiam agir tão livremente. As limitações das distncias, agora vencidas pela tecnologia, faziam com que os contatos e conhecimentos fossem raros. Porém, o painel de nossa sociedade em muito mudou. As conquistas pela liberdade de expressão, os inúmeros meios de que dispomos para expor nossas ideias e valores, fazem de nosso cotidiano uma verdadeira enxurrada de informações e imagens. Por isso, vivemos dias de exagero. Os comportamentos extremos, a busca pelas últimas consequências, o anseio de atingir os limites de tudo, parece ser o ideal abraçado por muitos. Se antes um tabu moralista refreava o tratamento natural quanto às questões do sexo, na atualidade muitos o buscam à exaustão, tornando-o uma mercadoria a se comercializar para interesses imediatos. Se há algumas décadas o corpo era obrigado a estar escondido sob a roupa, pela ditadura puritana da moda, nos dias em que vivemos, percebe-se um culto exacerbado na busca da forma perfeita. Não são poucos os que se permitem expor, de forma ridícula e exagerada, em comportamentos esdrúxulos e sem significado mais profundo. Se a educação dos filhos, até há algum tempo, era rígida e cerceadora, hoje, parece que alguns pais e educadores se esqueceram de que limites e frustrações também fazem parte do processo educacional. E, ao permitirem uma liberdade de ação irrestrita, criam filhos sem limites, com a ilusão de que tudo podem, posto que o mundo está para lhes servir. Esses dias de exagero e de extremos nos convidam à reflexão e meditação, em torno dos valores que queremos para nós e para a sociedade. Portanto, se somos livres para agir e pensar, devemos selecionar o que nos seja saudável, o que nos convenha e nos traga felicidade. Já não mais as proibições de antes. Agora, o bom senso, a reflexão. Já não mais as castrações e falsos moralismos. Agora, as decisões lúcidas e o bem agir por opção. Dessa forma, não nos percamos na falsa liberdade de ação. Que liberdade é essa que nos gera frustrações, ansiedade, medo e loucura? Livres seremos quando estivermos agindo na construção da nossa felicidade, com a consciência tranquila e paz de espírito. E não há cartilha melhor a seguir do que o Evangelho do Cristo, nos fornecendo roteiro e luz para esses dias desafiadores. Rememorando as excelentes mensagens do Evangelho, constataremos que de todos os ensinos do Senhor Jesus destilam sempre otimismo, alegria e esperança.
|