Entre Sombras
(Homenagem a Augusto dos Anjos)
Marise Ribeiro Sou oco para os sentimentos, sentimentos do amor maior. Minha primavera é sem cor, minhas deusas são pecadoras. A alma na minha poesia é transparente e sem pudor, pois vaga perdida entre as sombras dos benefícios da dor. Procuro sempre as desgraças dos amantes entender, porque neles acho a graça que o mundo poderia ser. Tenho o coração revoltado com as trapaças que a vida cria... Sempre me encontro rendido diante da triste alegria. Não consigo me inspirar no sorriso de uma criança e a fé na vida além-morte só me dá desesperança. Também tenho medo do sol, do mar, da lua, do céu estrelado... quando me encontro amargurado no escuro breu da solidão. A chuva que lava a alma, apesar da fartura que traz, faz-me colocar no papel o choro que da alma me cai. Com isso, vejo a vida prosseguir por um prisma diferente, diverso de um velho sonhador, pois a tristeza que me leva em frente torna-me um poeta da dor
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" A poesia da vida,
Faz com que se tenha,
Paixão por Viver."
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Eu sou doadora e vc?
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