Pegadas segui em todos os tempos. Sábios ouvi nos seus alentos. Sorri dos magos e adivinhos que previram a minha sorte. As minhas mãos estendi aos que se confundiram na morte.
Vivi nem tanto... Talvez o suficiente para também deixar pegadas aos que vierem após. Ouvirão minha voz? Talvez não.
Há os que querem errar sozinhos e os que fazem só os seus ninhos. Há os que derrubam para subir sem perceberem o que estão a destruir.
Há os que pecam por omissão e se calam ao choro do seu irmão. Há os que se perdem em amargura e jamais conhecerão a ternura.
Há aqueles que vivem na mentira e atraem para si toda a ira. Há os que falam sem pensar e só conseguem desagradar.
Há os que bradam por amor e se perdem na menor dor. Há os que pacientemente esperam mas as dores alheias não toleram.
Há os que por justiça bradam e nem a todos agradam. Há os que morrem por um ideal e nem são lembrados pelos seu igual.
Há os que não cicatrizam suas feridas e só lastimam suas vidas. Há os que cobrem de mentiras seu caminho e se perdem no veneno do seu próprio ninho.
Há os poetas que tão bem cantam as glórias do amor e conseguem transformar em beleza a sua dor. Há milhões de almas tentando o seu rumo... Eu, apenas estou seguindo pegadas deixadas ao acaso por alguns que porventura pensaram em mim