Outra vez remexendo meus guardados
nas caixas escondidas e amarradas
vêem à luz as lembranças antiquadas
de sonhos em quadrantes mal traçados.
Uma foto da qual já me esquecera,
testemunha silente e encantada
da história tantas vezes já contada
em versos que talvez não merecera,
salta aos olhos já plenos de ternura,
na saudade sem véus, sem amargura,
de um desejo que no ontem se perdeu.
Ensaiando um sorriso olho os guardados
e devolvo ao passado os meus achados.
Vale mais todo o amor que se viveu.